Gostaria de começar o texto de hoje pedindo desculpa. Semana passada eu tive uma crise de enxaqueca, daquelas pesadas mesmo, e acabei adiando o texto de sexta-feira. Para completar, comecei um novo estágio (eba, confetes para mim!!) e tive o processo da entrevista, depois fiquei na correria de me acostumar com os novos horários e, para completar, as aulas da faculdade voltaram. Enfim, eu fiz várias linhas de desculpas esfarrapadas para poder introduzir o tema desta semana, que é sobre autenticidade.
Antes de fazer a entrevista de estágio, eu fiquei pensando em o que eu poderia falar que pudesse me destacar das outras pessoas e, assim, conseguir a vaga. Eu não posso chegar falando que amo escrever, todo mundo que aplicou para a vaga também ama. Também não seria legal falar que sou criativa, no currículo de publicitário já tem isso. E se eu falar que o meu maior defeito é ser perfeccionista? Todo mundo sabe que isso é mentira. E se eu falar sobre os meus escritores favoritos? Não, eles vão achar que eu só quero me passar de leitora. E, se eu falar que tenho uma síndrome que me faz desmaiar? Acho que não vão me contratar.
Nessas situações, todo mundo tenta ser o mais autêntico possível, tenta falar o que gosta e o que te faz ser único no mundo. E, foi por causa disso que eu tive uma crise de identidade, porque as coisas que me fazem ser única, é o que faz todo mundo ser também. É tipo quando você vai pedir indicação de música para alguém meio alternativo e que gosta de música indie e a pessoa responde um “acho que você não vai gostar, eu gosto de artistas desconhecidos”. Aí, o artista é a Lana Del Rey. (Eu tenho uma tatuagem do the neighbourhood, posso zoar a comunidade indie).
Tudo isso pode ser explicado pelo Efeito Manada. Ele foi aplicado à psicologia contemporânea e se relaciona bastante com a ideia de Conformidade Social. Se considerarmos que nossa espécie tem algumas centenas de milhares de anos e que nós só passamos a viver em ambientes urbanos há pouco mais de dois séculos, não podemos descartar a hipótese de que talvez nós estejamos perdendo esse "hábito" de pertencer a grupos.
Neste vídeo, a experiência feita na sala de espera de um consultório médico ratifica como nosso comportamento é influenciado pelos demais indivíduos e como incorporamos hábitos que nem sabemos justificar, passando a reproduzi-los cegamente.
Segundo os psicólogos isso acontece porque, assim como no caso da Síndrome de Solomon, nós não queremos ser apontados como os "diferentões", a menos que "diferentões" seja um grupo que está na moda por mais paradoxal que isso possa parecer.
Acaba que todo mundo que não quer estar dentro de um padrão, se torna outro padrão. São pessoas com gostos diferentes criticando uns aos outros. Já passou o tempo de criticar a loira odonto que tem seu HB20 branco. Ou a e-girl que só toma banho aos sábados. Os heterotop ainda tá liberado criticar.
Cachorro único.
Por Chico.
Gente, a minha mãe me contou que todas as minhas ações são iguais a todos os outros pugs. Eu achando que eu era um cristalzinho, o único do mundo, vem ela me falar que eu sou igual a todos os outros. Fiquei muito chateado. Descobri que ter pânico de ficar sozinho, bater nas portas, cavar a parede e dormir sentado são hábitos comuns da minha raça.
É importante discutirmos sobre isso porque, às vezes, as pessoas acham que o cachorro foi criado de um jeito “errado” ou que ele merece uma punição. Mas, na verdade, é a genética daquele animal que faz ele se comportar daquele jeito. Por isso, mãe, quando eu estiver gritando para você ir passear comigo não é culpa minha, é culpa da minha genética. E eu só vou parar quando você fizer o que eu mandar. É sério. Não dá pra controlar!
Eu ouvi “criticar os héteros top”? Venho correndo! Kkkk Mas o que eu queria mesmo falar é sobre todas essas perguntas que você abordou em relação à entrevistas. Entrevistas são o meu pânico!
Curto seus textos, Juliana!